Produção de ovos orgânicos é referência de produção alternativa para a Bahia
A produção de ovos orgânicos
desenvolvida na cidade de Ametista do Sul, no Rio Grande do Sul,
pela Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de
Biocombustíveis (Cooperbio), foi uma das experiências visitadas pela
comitiva baiana formada por representantes do Governo do Estado e integrantes
do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
A atividade integrou a programação do
intercâmbio de cinco dias promovido pela Companhia de Desenvolvimento e Ação
Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural
(SDR), com o objetivo de buscar exemplos que possam servir de referência
para alternativas de produção da agricultura familiar da Bahia. A iniciativa
faz parte das ações executadas pelo projeto Bahia Produtiva, executado pela
SDR/CAR.
O grupo visitou a propriedade da
agricultora Marines Ferri dos Santos, que em seis hectares, juntamente com a
família, cultiva diversas culturas, entre elas feijão, milho, arroz, batata
doce, cebola e, a partir desta safra, soja. A pouco mais de dois anos, Marines
faz parte dos camponeses certificados pela Cooperbio, com produção orgânica.
Na propriedade, com apoio do MPA do
Rio Grande do Sul, vem sendo desenvolvido um projeto de produção de ovos, que
deve comportar, na fase inicial, 400 galinhas. “O ovo será totalmente orgânico,
já que as galinhas vivem em um sistema em que ficam presas no mini aviário até
colocar os ovos e, pela parte da tarde, são soltas para se alimentar nas
pastagens, além da dieta de ração, que será totalmente orgânica também”,
explica a agricultora.
Integram o projeto de produções de
ovos tipicamente caipiras, sem adição de agroquímicos no processo de produção,
cerca de 19 famílias ligadas a Cooperbio. De acordo com o coordenador do MPA,
Marcelo Leal, produzir ovos é uma boa alternativa para os agricultores
familiares da região. “Trabalhar com ovos é um trabalho diário e sistemático,
mas que não chega a ser pesado. Também pode ser feito em pequenas áreas, o que
se encaixa perfeitamente nas características da região, além de gerar uma renda
mensal e assim uma maior liquidez para o agricultor”, ressalta.
O diretor-presidente da CAR, Wilson
Dias, destacou que buscar exemplos e alternativas, como as que foram
apresentadas , são essenciais para que o modelo de agricultura baseado nos
agrotóxicos seja subvertido: “A partir dessas possibilidades pode-se
desenvolver uma produção sustentável, ecologicamente equilibrada e um consumo
saudável para a população. Essa experiência vai fortalecer as ações na Bahia,
com os ajustes necessários de acordo com a nossa realidade e investimentos. Com
isso também nossa pareceria com o MPA da Bahia certamente vai ficar mais
sólida”.
Dias observou que o grande desafio é
encontrar alternativas ao modelo de produção baseado na agroquímica: “
Apenas dizer para o agricultor que não é para usar agrotóxicos, não basta, é
preciso apresentar alternativas de insumos e do que pode ser feito para
defender a produção agropecuária de pragas e doenças”.
Também fizerem parte do grupo agricultores
vinculados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) da Bahia, o coordenador
do Bahia Produtiva, Fernando Cabral, e o coordenador de projetos especiais da
CAR, Gilmar Bonfim, e o deputado Marcelino Galo.
*Com informações do
Jornal Alto Uruguai